2 de mar. de 2010

MEC COGITA MUDANÇAS NO SISU PARA O PRÓXIMO ANO, APÓS 74% DE DESISTÊNCIA DE APROVADOS

Simone Harnik
Em São Paulo

A terceira etapa do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) do MEC (Ministério da Educação) começou, nesta segunda-feira (1º), após desistência maciça dos candidatos às vagas nas instituições de ensino em que foram convocados.

Ao todo, foram selecionados mais de 29 mil vestibulandos e apenas 26% deles se matricularam na segunda etapa - o que representa um fracasso para esta fase do processo seletivo. A pasta já estuda mudanças no Sisu para o ingresso no próximo ano, com a criação de uma lista de espera já após a primeira chamada.
• Vagas não preenchidas por curso
• Vagas não preenchidas por instituição
• Vagas não preenchidas por Estado

O ministério atribui a falha da seleção na segunda etapa do Sisu, principalmente, aos candidatos que, de maneira jocosa, fizeram inscrição em universidades que não tinham interesse real de estudarem.

Na primeira etapa, estavam em disputa 47,9 mil vagas, das quais 18,6 mil foram preenchidas. Restaram para a segunda etapa mais de 29 mil, com apenas 7,5 mil matriculados.

De acordo com o MEC, houve casos de estudantes que participaram do Sisu mesmo depois de matriculados em outras instituições de prestígio. Um exemplo citado foi o de um candidato que, matriculado na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, prestou um curso na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), garantiu a vaga no Sul do país e não se matriculou.
O que deve mudar
E qual mudança seria capaz de dar conta de desestimular os candidatos a fazerem brincadeiras com o sistema? O ministério acredita que a lista de espera poderá acabar com o problema de vagas não preenchidas. Por isso, a partir do próximo processo seletivo, ela deverá ser instituída após a primeira chamada.

Esta relação foi um artifício criado exclusivamente para esta terceira etapa de seleção do Sisu, pois o MEC "não havia previsto" que vestibulandos poderiam fazer do sistema um "joguinho de aprovação". Com ela, a pasta pretende que todas as vagas das instituições de ensino recebam seu respectivo ingressante.
A pasta afirma que o fenômeno não ocorreu durante a primeira etapa, que selecionou os candidatos com as maiores notas e maior interesse.
Por que o MEC não previu o problema
A grande desistência de vagas não foi pressuposta porque a pasta imaginou que as listas de aprovados fossem seguir os padrões de preenchimento de vagas do Prouni (Programa Universidade para Todos), com muito menos abandono de aprovados.

O programa dá bolsas de estudo, parciais e integrais, em universidades particulares para estudantes egressos da rede pública com renda familiar que se enquadre ao limite do edital. No momento, a renda familiar, por cabeça máxima admitida é de três salários mínimos (R$ 1.530). O caráter social das vagas do Prouni, segundo o MEC, seria inibidor de brincadeiras entre os vestibulandos.
Notícia publicada no site www.uol.com.br

Comentando
Só o MEC não previu o que poderia acontecer né!
No dia 09 de setembro de 2009 escrevi um texto – Considerações sobre o Novo ENEM no qual já comentava algumas coisas que poderiam acontecer nesta forma de seleção para o curso superior.
Isso que o MEC não previu era o obvio, muitos estudantes não estão preparados para um concurso desse porte, não tem a maturidade suficiente para fazer uma escolha profissional adequada, outros fazem a opção por cursos menos concorridos a fim de garantir o ingresso na universidade que nada tem a ver com o que realmente querem, outros ainda optam por universidades longe de casa onde não poderão estudar porque morar fora exige gastos que muitos não têm condições de arcar e é claro tem aqueles engraçadinhos que fazem o que fez aquele citado acima que depois de matriculado em uma faculdade inscreveu-se novamente no SISU para outra universidade no RGS.
Para se fazer um exame nacional que substitua os vestibulares é preciso ter uma estrutura muito grande e forte, estabelecer regras rígidas e claras onde o estudante só poderá concorrer a universidades de seu estado de origem em um único curso ou ter até no máximo três opções de curso dentro da mesma área, criar mecanismos de fiscalização e segurança.
Além disso, ter maior investimento na Educação Básica – Ensino Fundamental e Médio introduzindo no currículo escolar a Orientação Vocacional para que os estudantes possam fazer a escolha certa e não abandonar o curso depois ficando a vaga ociosa.
Esse tipo de avaliação requer um grande estudo não pode ser feito de uma hora para outra, requer organização, regras, pessoal extremamente capacitado o que demanda treinamento e contratar entidade experiente para a realização do mesmo.

14 comentários:

Unknown disse...

Mesmo com todos os esforços do MEC, acho que a educação no Brasil ainda engatinha, são alunos irresponsáveis, professores descompromissados e mal remunerados e programas que ainda não funcionam como o esperado. Abraço

Se der visita: http://bloggdoleao.blogspot.com/

Fabrício Bezerra disse...

Eu achei esse SISU uma sacanagem.aqui no DF o unico curso que oferecia era agroecologia numa instituição que eu nunca ouvi falar

Luisa disse...

Deviam mudar o nome do ENEM para Lambança Nacional do Ensino Médio.
Um desrespeito com quem teve que estudar o ano inteiro para um exame do qual não tinha o mínimo conhecimento.
Já não bastasse o roubo de provas e a divulgação errada do gabarito...

Esse ano vai ser o ano das vagas remanescentes! Está na cara que o 3º processo seletivo não vai preencher todas as vagas!

Mas é o Brasil...
Uma pena.

kilder disse...

a situação tá complicada, é preciso muita boa vontade de muita gente, mas acredito que mudanças pro bem virão.
legal o teu blog! parabéns.

Pobre esponja disse...

Que fracasso... é igual chamar maior galera para um aniversário, e só vir o tio e a tia. Mas aí o lance é mais sério...
Não esqueci aquele lance curricular, só estou definindo algumas coisas, ok?
Obrigado por tudo

bj
Pobre Esponja

Amanda Salvador disse...

realmente, a educação no brasil é deficiente podemos dizer asssim.

. Yuri Barichivich disse...

O SISU serviu somente como uma "boiá salva-vidas" para as pessoas que não queria perder ou que sabiam que não iriam passar. A maior aprte das instituições de ensino era em lugares "remotos" e poucas pessoas tinham interesse.

Achei uma vergonha isso, sério.
Verball
Siga-nos no @BlogVerbALL

Nêlma disse...

Oi Inez. Passei no seu par retribuir a visita e a gentileza de sempre no meu blog.
Queria sua opinião sobre algumas dúvidas.
A essa altura da vida já aos 25 anos me pego perdida sem saber o q ue quero de verdade.Sou graduada em História já leciono na aréa. as vezes penso que não é exatamente o que quero. Sempre tive vontade de fazer serviço social, mas fico pensando que pode ser só uma curiosidade e não corresponda as expectativas. Me interessa areas ligadas a filosofia. sociologia,psicologia.São coisas que me despertam.
è normal essa minha confusão? Que passos posso tomar pra clarear minhas ideias?
Desde já agradeço.

Naya Rangel disse...

A intenção do MEC foi boa, mas ele foram ingênuos demais! Esse problema era previsível, como você citou no texto! Eu tive a oportunidade de ver o sistema do SISU de perto, e simplesmente sem ser um grande gênio da informática vi várias falhas, inclusive algumas gravíssimas! O MEC não tem condições de fazer um sistema que tente eliminar ao máximo esses problemas ... O jeito seria voltar para o sistema antigo!

Abraços!

Nêlma disse...

Valeu. Vou ler sim. Obrigada pela atenção.

Anônimo disse...

Educação, educação... eita, isso rende muita discussão.... adorei o texto, valeu!

Canivete na cueca disse...

Gostei do blog interessante para quem quer ingressar no mercado ajuda a escolher um caminho a seguir.

Wander Veroni Maia disse...

Oi Inez!

Falou tudo, concordo com vc. Acho muito irresponsabilidade fazer um processo tão grandioso quando na verdade boa parte dos nossos jovens não estão preparados - e nem tem maturidade, para escolher qual profissão seguir.

Abraço,

http://cafecomnoticias.blogspot.com

Wellington disse...

O ENEM foi uma experiência em todas as edições pois cada hora dizia uma coisa, o que eu não gostei foi de perder o histórico de minhas notas em todas as edições que fiz. Dona Inez eu acho que para se inscrever no SISU deveria haver uma necessidade de entrega de grande quantidade de documentação comprovatória de que o aluno está mesmo interessado, tão rigoroso como o sistema de comprovação de carência que ocorre nas federais. Eu estudei no OBJETIVO e aprendi que escolher universidade só com 21 anos pois o candidato terá mais chances de saber o que quer. Acho o cúmulo uns "bebês" de 17 anos empinarem o naríz na univer e não saberem absolutamente nada nem o porque de estar no curso fazendo da univer a continuação do ensino médio no que diz respeito a bagunça!!! Sorte que na UNOPAR a galera é muito comprometida, numa média de alunos entre 30 e 34 anos e todos trabalhando. =)

Muito obrigado pelo conselho Inez!!!

Abraços!

http://neowellblog.wordpress.com